Sim ou Não?
Foi no ano de 2015, lendo o livro do Professor José Alberto Tozzi, que ouvi a expressão: negócio social. Ele relatou nas últimas páginas do seu livro que o caminho para as Organizações da Sociedade Civil era totalmente envolvido e direcionado para os negócios sociais. O tema me chamou a atenção e decidi estudar um pouco mais sobre isso. Mas, afinal, o que é negócio social? As Organizações da Sociedade Civil existiram, como todos nós sabemos, para suprir um buraco na sociedade não alcançada pelo estado. Sendo assim, a lógica, desde a formalização na constituição federal e na MROSC atualmente, é que o governo, apoie as OSCs, por meio de parcerias, ou com o termo atual: termo de colaboração ou termo de fomento. Dessa forma as OSCs podem atuar na ponta com diversas estratégias para minimizar as problemáticas sociais. Porém, de um tempo para cá, muito se tem repensado na questão da sustentabilidade financeira da OSC, ou seja, a mesma diversificando as suas estratégias e não dependendo somente das verbas governamentais, pois essas muitas vezes, e por diversos motivos nem sempre tem chegado no prazo correto as organizações, prejudicando a sua gestão em diversos aspectos (jurídicos, de execução, gestão de pessoas, projetos, etc). Professor Tozzi no Brasil é um dos que levanta esse questionamento sobre a busca de diversificação de receitas, e trabalha em seu livro sobre o despertar para a prática do negócio social, que nada mais é a busca da OSC ter seu produto social e com ele adquirir recursos próprios sem uma verba engessada, para que possa gerenciar livremente as OSCs. Bem, então, negócio social, na concepção do Professor Tozzi trata-se do empreendimento da OSC descobrindo ou adicionando um produto social que traga recursos financeiros. E quais seriam esses produtos? Não precisamos inventar a roda. Ela já foi inventada a muitos anos atras, o que precisamos é lapidar as ideias. Estratégias simples como bazar social, venda de camisetas, eventos beneficentes, nota fiscal paulista, consultorias que a OSC possa prestar. Porém talvez se você pensava como eu, deve estar se perguntando: OSCs podem vender produtos? Ela não é filantrópica? E a resposta é: sim! As OSCs podem vender produtos sim, o que não pode é acumular lucros e fazer com que esses lucros sejam divididos entre seus associados. O valor é sempre da OSC. E isso deve ser sempre mencionado no balanço patrimonial da OSC, a venda dos produtos sociais. Então a OSC pode vender produtos anualmente e caso haja sobra, o valor pode ser reinvestido em algum projeto, ou compra de algum equipamento que a OSC precise (impressora, carro etc.). Desde que isso seja decidido entre a Assembleia pelos seus sócios. Atualmente temos visto as grandes OSCs seguindo por esse caminho e tem surtido efeito. Vemos OSCs como CUFA ou Gerando Falcões com recursos próprios e apoios de grandes empresários, que tem destacado a ação dessas organizações no Brasil. Então, OSCs podem SIM vender Produtos Sociais.
Que tal reunir a governança e pensarem em qual seria um produto social para trabalharem em busca de sustentabilidade financeira? Mãos a obra e boa sorte! Depois comente com a gente o impacto que isso causou na gestão da OSC.
Fonte: Livros: S.O.S da ONG e ONG Sustentável – José Alberto Tozzi(Formado em Administração e professor na PUC-SP).
Para saber mais, assista em: https://www.youtube.com/watch?v=_0VR_jziDQk&t=240s
Susana Barbosa da Silva Matos – empreendedora social
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